Consolidação da Carta Piscícola Espanhola: uma ferramenta para a divulgação, gestão e conservação dos peixes ibéricos

Este projeto foi a atualização de um projeto já iniciado centrado na elaboração do Inventário Nacional de Biodiversidade respeitante aos peixes de águas continentais e à implantação da Carta Piscícola Espanhola (CPE). A integração desta informação apresenta-se não só como uma ferramenta para a orientação na tomada de decisões, mas também como um meio de divulgação ao público dos valores naturais dos rios. A CPE é um recurso online (www.cartapisciola.es) que integra duas bases de dados, a primeira de divulgação ao público em geral com informação qualitativa da ictiofauna continental, e a segunda de gestão com informação quantitativa destinada à tomada de decisão por parte das administrações competentes. Os primeiros resultados, relacionados com a divulgação ao público, refletem um elevado interesse com mais de 95.000 visitas na web feitas por mais de 5.400 utilizadores desde o seu início. Esperamos que com maior divulgação deste recurso, estes números vão aumentando.

Esta segunda fase da Carta Piscícola Espanhola desenrolou-se ao longo de 2017, com um orçamento total de 30.000 euros, financiado com as contribuições dos sócios da SIBIC e da Fundação Biodiversidade, do Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente do Governo de Espanha, no âmbito da Convocatória de Ajudas 2016 desta fundação.

O objetivo desta nova proposta é incrementar os registos do Inventário Nacional de Biodiversidade incluídos nesta base de dados, e melhorar as capacidades da CPE, de modo a que seja mais útil para os utilizadores, fundamentada na participação ativa da sociedade civil e da comunidade científica. Os objetivos deste projeto são:

  1. Recolher informação que se encontra tanto nos centros de investigação como nas administrações públicas, além da informação pública acessível através da internet (publicações científicas, relatórios técnicos, etc.) e atualização do Inventário Nacional de Biodiversidade.
  2. Incrementar a quantidade e qualidade da informação incluída na Carta Piscícola Espanhola referente às características biológicas e ecológicas dos peixes ibéricos.
  3. Melhorar a plataforma web da Carta Piscícola Espanhola, com a finalidade de facilitar a acessibilidade da informação.

Para alcançar os objetivos propostos, foram desenvolvidas as seguintes atividades: em primeiro lugar, a revisão por peritos dos conteúdos da CPE. O conhecimento sobre a biodiversidade está em contínuo crescimento devido às inúmeras publicações e relatórios publicados anualmente, pelo que é necessário um trabalho de revisão e atualização dos conteúdos científicos das bases de dados, referentes à descrição e biologia das espécies. Neste trabalho participaram os sócios da SIBIC peritos em cada uma das espécies incluídas na CPE. Em segundo lugar, foram melhoradas as prestações da CPE. Partindo das críticas e comentários recebidos à primeira versão da CPE, foram desenvolvidas as prestações da CPE para que sirva com maior eficácia os gestores, investigadores e o público em geral. Em terceiro lugar, foi levada a cabo um primeiro pedido de informação às diversas administrações e centros de investigação, sendo necessário um novo pedido, para além da pesquisa ativa de trabalhos e arquivos, considerando a elevada quantidade de informação sobre peixes gerada anualmente devido a projetos de monitorização e investigação.

Por último, como anteriormente manifestado, foi compilada muita informação que ainda não foi introduzida na CPE. A resposta das administrações ao nosso pedido inicial foi muito mais positiva do que era esperado no início. Os dados compilados terão de ser introduzidos de um modo estandardizado nos campos de informação das bases de dados. A pessoa contratada para a pesquisa de informação foi a mesma que, simultaneamente, a introduziu nas bases de dados.

A Carta Piscícola Espanhola é uma ação concreta de conservação visto que contribui claramente a abrandar ou parar a deterioração do estado de conservação da totalidade das espécies de peixes epicontinentais, facilitando a sua gestão e a dos seus habitats críticos. Deste modo, é necessário trabalhar em novas estratégias complementares às realizadas pelas Administrações na proteção das espécies ameaçadas que envolvam outros setores sociais.